
E sem cinco grandes maçons negros do século XIX – André Rebouças, José do Patrocínio, Luiz G. P. da Gama, Francisco de Paula Brito e Ge Arcaiba de Montezuma – a luta pela libertação negra não seria tão marcante e fundamental.
Por Carlos Nobre
Após a morte em 24 de agosto de 1882 do advogado negro Luiz Pinto da Gama, em São Paulo – cujo sepultamento fora acompanhado por cerca de 3 mil pessoas numa cidade que, na época, tinha 46 mil habitantes – o promotor de justiça e depois juiz Antonio Bento, formado pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco de São Paulo, jurou diante do túmulo de Gama em continuar sua obra abolicionista.

Irmão Luiz Gonzaga Pinto da Gama
Para tal empreitada, ele organizou uma sociedade secreta chamada “Os Caifazes”, cujos membros eram recrutados em todas as camadas sociais e nas três principais lojas maçônicas de São Paulo: ” América”, ” Piratininga” e ” Amizade”.
Essa sociedade retirava a força das fazendas paulistas os escravos e os encaminhava para o Quilombo de Jabaquara, em Santos, ou então para quilombos do Rio de Janeiro (Castellani: 1998).

Já o enterro de José do Patrocínio, jornalista mulato, morto em 30 de janeiro de 1905, contou com um roteiro previamente traçado pelos líderes abolicionistas, para que diversos oradores se revezassem em discursos de louvação ao morto ilustre em determinados lugares da cidade – como a Praça Tiradentes, Campo de Santana, por exemplo -, até chegar ao Cemitério do Caju, em São Cristóvão, no Rio de Janeiro ( Junior: 1969).

Irmão José do Patrocínio
Patrocínio, nos anos 1880 do século XIX, se tornara a face popular/militante do movimento abolicionista, travando lutas ideológicas intermináveis com os representantes das elites escravocratas. Era uma mistura de Espartaco com Desmoulins (Nabuco: 1999).
Sua figura pública também expressava a articulação nacional/internacional do movimento abolicionista, que, desde dos anos 1920 do século XIX, vinha ganhando espaço/corpo na opinião pública nacional ( Albuquerque: 1970).
Embora sintetizasse o símbolo do pensador estrutural do movimento abolicionista, o engenheiro mulato André Rebouças, no entanto, não teve um sepultamento grandioso como os de Gama e Patrocínio, pois, morrera, no exílio, em Funchal, na Ilha da Madeira, Portugal, em 9 de maio de 1898, e seu corpo chegara dias depois ao Rio de Janeiro ( Santos: 1985).

Irmão André Rebouças
No entanto, seus amigos e a direção da então Escola Politécnica, no Largo de São Francisco, no Rio de Janeiro, da qual fora aluno, professor e pioneiro em introduzir novas cadeiras de engenharia civil, prestaram-lhe homenagens que se estenderam até o século XX.
Na verdade, ele era um ícone para demais abolicionistas, pois, com sua rara inteligência, era uma espécie de civilizador do século XIX, segundo o historiador José Murilo de Carvalho, na orelha da obra de Maria Alice Rezende Carvalho, onde ele estuda a trajetória de Rebouças (Carvalho: 1998).
Outros dois negros também se destacaram nas lutas sociais do início do século XIX. O primeiro deles é o médico e advogado Francisco Barbosa Gê Acayaba Montezuma, que chegou a ser a maior autoridade maçônica do seu tempo, pois, fora, Grande Comendador Soberano do Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito, organismo que ele trouxe da Belgica e que disciplinou a maçonaria brasileira ainda ascendente no Brasil.

Visconde de Jequitinhonha- Irmão Montezuma
Em 17 de maio de 1865, Acayaba, o Visconde de Jequitinhonha, apresentou no Senado vários projetos de extinção gradual da escravidão. Entre os quais, se destacam: ao fim de 10 anos dali em diante, seria concedida liberdade para escravos maiores de 15 anos e ao fim de 15 anos liberdade para os demais, com a cláusula segundo a qual os senhores de escravos seriam indenizados pelo fim do trabalho escravo. Era proposta conciliatória, bem peculiar dos liberais da época, onde não queriam desagradar aos senhores de escravos nem se assemelharem com refinados escravocratas.
Conservador e ” caramuru ” ( partidário de Dom Pedro I no período das regências) , Montezuma chegou a ser ministro de estado duas vezes e fundou a Ordem dos Advogados do Brasil e Instituto Histórico Geográfico do Brasil ( Aslan: 1973).
Consta ainda que Montezuma fora o primeiro integrante do governo de Dom Pedro I a se posicionar contra a escravidão no Brasil, segundo o Barão do Rio Branco, também maçom, e autor do lei do ventre livre.
Trajetória não menos surpreendente pertence a outro mulato, o livreiro Francisco de Paula Brito, descobridor do talento de Machado de Assis e editor do primeiro romance no Brasil, o ” O Filho do Pescador” ( 1843), de outro mulato, o escritor cabofriense Antônio Gonçalves Teixeira e Souza.

Irmão Francisco de Paula Brito
De origem humilde, Paula Brito, que nasceu liberto, fora um dos primeiros tipógrafos brasileiro da Corte, cujo mercado, na época, era monopolizado pelas tipografias francesas Nacional, Ogier e Plancher. ( Lima: 2004).
Ao lado de sua tipografia, na Praça Tiradentes, num clube criado e intitulado por ele de “Sociedade Petalógica”, se reunia a nata da literatura brasileira da época que tornara o local o centro da vida literária da Corte ( Azevedo:1998).
Paula Brito foi um dos primeiros afrodescendentes a participar dos debates raciais no início do século XIX ao lançar, em 1833, o jornal ” O Homem de Cor”, num momento de surto nativista, onde os brasileiros procuravam valorizar suas origens étnicas em relação aos colonizadores portugueses.
Na época, em livrarias, bares, lojas comerciais, ruas e praças da Corte discutia-se a identidade racial brasileira em contraponto a cor européia, e a imprensa fora um campo privilegiado onde esse debate se visibilizou.
Havia uma mídia negra, digamos, assim, que repercutia a discussão racial através de jornais com títulos bem sugestivos, tais como ” O Crioulinho”, ” O Crioulo”, “O Brasileiro Pardo” e outros ( Lima: 2004).
Um traço marca a trajetória de todos estes cinco homens do século XIX: todos eram maçons em Lojas cariocas e paulistas, e levaram para dentro da ordem maçônica a luta contra o escravismo.
Também entre eles figurava o maestro mulato Carlos Gomes, autor da ópera o ” O escravo”, também maçom, só que sem a militância dos demais.

Irmão Carlos Gomes
A maçonaria incorporou as propostas abolicionistas e a e o fim do trabalho escravo entrou na ordem do dia de diversas lojas, provocando contradições e discussões complicadas sobre o negro e sua perspectiva de liberdade na sociedade brasileira.
Neste sentido, Gama, Patrocínio, Rebouças, Montezuma e Paula Brito, talvez tenham sido os afro descendentes que mais se destacaram numa sociedade antagônica a eles, naquele período, pois, eram homens com personalidades-alma complexas: embora nascidos livres, sentiam dores internas profundas ao verem a totalidade dos negros fazendo os serviços mais pesados e humilhantes da sociedade brasileira. Para eles, a liberdade do escravo entrou na ordem do dia de suas ações políticas.
Enquanto os demais negros estavam atados a correntes, eles, os maçons negros, podiam ter escravos e ascenderem naquela sociedade, pois, estavam articulados com instâncias superiores do poder que facultavam a eles uma certa ascensão em meio a negregada sem direitos.
Mesmo por isso, eles fundamentaram suas vidas em defesa da liberdade escrava, pois, sabiam, que, naquela forma de organização da sociedade, estava contra as novas tendências de sociedade – principalmente o capitalismo, que implicava um novo sistema, ou seja, a venda da mão-de-obra no mercado de trabalho.
Diante destas apresentações político-estratégicas, perguntamos: como foi possível, numa sociedade escravocrata, afro descendentes livres da escravidão, ingressarem em sociedades secretas e se tornarem militantes fundamentais da causa abolicionista, esgrimindo críticas radicais até contra as próprias ideologias dos estratos sociais que, de certo modo, favoreceram suas ascensões?
Em que medida, esta ascensão social faz parte de um esforço pessoal de “subir na vida” e não do favor, tão comum na época ? Em que medida suas ligações maçônicas facilitaram a propagação das idéias abolicionistas ? De que modo suas vozes e trajetórias raras – para os demais mulatos livres da sociedade escravocrata – não teriam um limite político-ideológico, pois, eles, eram, por outro lado, ligados as elites urbanas? E, por fim, que tipo de contribuição político-estratégica é possível identificar nessas trajetórias para futuras ações negras no Brasil?
Acho muito difícil responder estas perguntas em virtude da magnitude dos problemas levantados através delas. Neste sentido, acho mais importante perseguir algumas pistas deixados por eles e por outros para entender uma época chave de libertação negra na corte imperial.
Tenório de Albuquerque, em A maçonaria e a inconfidência mineira, mostra como a maçonaria brasileira foi diretamente influenciada pela francesa, e que o ambiente revolucionário daquele país impactou os maçons brasileiros, que viam na escravidão um entulho a ser removido para a modernização política do país. ” A maçonaria lutava intimoratamente pela Liberdade, Igualdade e Fraternidade, combatia a exploração do Homem pelo Homem”, escreve ele.

Revolução francesa
Claro, era uma explicação liberal que atendia a determinados pressupostos históricos sobre ascensão negra e maçonaria no século XIX, um dois mais politizados da história brasileira, devido às tentativas constantes de mudanças provocadas através de movimentos populares.
Então, a influência francesa no Brasil ganha uma dimensão particular, pois, os principais líderes da Revolução Francesa eram maçons ( Desmoulins, Marat, Mirabeau, Robespierrre, Danton) juntamente com os enciclopedistas Diderot, Voltaire e Court de Geblin.
A maçonaria européia do século XVIII, além de seu caráter iluminista, era “escolas práticas de governo”, segundo Célia Marinho Azevedo, em Maçonaria, cidadania e a questão racial no Brasil escravagista, baseando-se em estudiosos europeus.
No Brasil, a maçonaria esteve desde cedo combatendo a escravidão. Em 1798, em Salvador, uma das (supostas) primeiras lojas maçônicas, a ” Cavaleiros da Luz”, ajudou aos escravos a iniciar a Revolta dos Alfaiates, inaugurando a primeira revolução social brasileira. Não se sabe da presença de maçons negros na ” Cavaleiros da Luz”.
Mas, por volta de 1820, encontramos maçons negros participando das primeiras lutas contra a escravidão, de acordo com Albuquerque, em Os maçons e a abolição da escravatura, tendo como aliados intelectuais urbanos maçons, que, também sonhavam com o fim da monarquia e a instauração da república.
Em geral, o papel dos maçons negros era o de ser o elo de ligação do liberalismo das lojas e a sociedade civil, ou seja, as idéias discutidas em loja maçônica, podiam ser aplicadas para a reforma política do estado e da sociedade civil.
Em São Paulo, em meados do século XIX, Luiz Gama era o advogado da loja ” América” dedicado a libertar escravos através de ações judiciais ou mesmo tirando-os à força das fazendas e, depois, encaminhado-os para esconderijos articulados com a luta abolicionista como o Quilombo de Jabaquara, em Santos. Gama se tornara, então, um herói popular em todo o Brasil, e é provável que tenha libertado centenas de escravos em ações judiciais, segundo ( Azevedo; 1999).
Existem várias biografias sobre André Rebouças. Destacamos algumas delas, quais sejam: André Rebouças, de José Louzeiro; André Rebouças e seu tempo, de Sidney G. dos Santos; O quinto século. André Rebouças e a construção do Brasil, de Maria Alice Rezende de Carvalho, e André Rebouças. Reforma e utopia no contexto do segundo reinado, de Joselice Juca.
Esses autores enfatizam a inteligência, o caráter e a capacidade de Rebouças em pensar a ação abolicionista para frente, ou seja, Rebouças, previa, após a Abolição, a instalação da reforma agrária, onde os libertados poderiam receber terras para desenvolver atividades agrícolas, já como cidadão livre dos grilhões. Maçom, de uma loja não identificada, possivelmente a “União e Tranquilidade”, do Rio de Janeiro, ao qual pertencia Patrocínio, Rebouças fora amigo de outro maçom negro famoso, o maestro Carlos Gomes, que, no entanto, nunca foi um militante das causas abolicionistas.

Cyro Flamarion Cardoso organizou estudos variados no livro Escravidão e Abolição no Brasil, onde cita autores que mostram que o processo abolicionista foi um movimento social urbano, apoiado pelas massas excluídas do processo de cidadania, com base na classe média, sem posses agrárias, que surgia nas cidades, principalmente no Rio de Janeiro e São Paulo. Este fato fica bem claro ao acompanharmos a trajetória de Patrocínio em A vida turbulenta de José do Patrocínio, de Raimundo Magalhães Jr., onde as redes de relações do jornalista estavam mais fincadas em novas elites urbanas, sustentadas pelo positivismo e pelas idéias republicanas, que, dos meados do século XIX até 1889, caminharam juntas com o processo abolicionista.
Neste sentido, ao nos aproximarmos, por exemplo, da análise dos jornais abolicionistas (existiram vários), é necessário também consultar os jornais de linha escravocratas, que também exprimiram as reações das elites agrárias expressas em golpes regimentais na Câmara e Senado para que leis abolicionistas não fossem aprovadas; manipulações de processos jurídicos; cooptação de líderes abolicionistas; apadrinhamentos e aplicação de políticas imigracionistas, entre outras reações ao fim da escravidão no Brasil no século XIX.

Fonte desta informação Histórico / Cultural: www.glomaron.org
Pois é…
Naquela época, assim falavam os meus, os seus, os nossos antepassados NEGROS, para se expressar quando não sabiam ler e escrever: “EU NÃO ALISEI O BANCO DA CIÊNCIA”, isto é, quando não tinham nenhum tipo ou forma de estudo ou formação acadêmica, assim como é o meu caso.
Uma pergunta que não quer calar, em que dirijo “especialmente” aos Brasileiros NEGROS, do porque somente o “foco” principal só se restringe ao Grande Herói ZUMBI DOS PALMARES, e não procuram enriquecer com outros nomes NEGROS que foram citados na matéria Histórico / Cultural acima?
Os jovens principalmente os NEGROS precisam e devem saber, para se orgulharem mais e mais, que outros NEGROS / MAÇÔNICOS “intelectuais” acadêmicos e formadores de opinião também lutaram através / junto da MAÇONARIA, que deu a sua GRANDE CONTRIBUIÇÃO para a ABOLIÇÃO da Escravatura no Brasil, que são esquecidos pelos próprios Brasileiros NEGROS, que se travestem de… “intelectuais” mas que nada contribuem para a continuidade da luta de nossos GRANDES HERÓIS NEGROS MAÇÔNICOS, que a História do Brasil procura esquecer com a conivência conivente destes Brasileiros NEGROS que se dizem intelectuais que só olham para o próprio “UMBIGO” para galgar ou conseguir serem “ministros-chefes ou presidentes / diretores” de algum Órgão que dizem que foram criados para DEFENDER, OUVIR, PROTEGER, DIALOGAR, etc., os Brasileiros NEGROS, sejam eles Municipais, Estaduais e principalmente os Federais / Secretaria da Igualdade Racial-SEPPIR, Fundação Cultural Palmares e tantas e tantas Superintendências etc., etc., etc. que apenas… existem, mas… “NÃO É PARA FUNCIONAR” e sim para serem… puro e simplesmente … CURRAL eleitoral dos eleitores Brasileiros NEGROS, que continuem a serem… ENGANADOS, assim como “eles” fizeram com os nossos antepassados com… “QUINQUILHARIAS” e nos dias de hoje continuam dando / oferecendo “empreguinhos temporários” ou as já famosas… “PUXADINHAS” para ficarem calados e eles aceitam.
Este Brasileiros NEGROS esqueceram ou FINGEM que esqueceram de dar continuidade a nossa LUTA ABOLICIONISTA para que os nossos DIREITOS CIVIS sejam respeitados assim como a LIBERDADE DE EXPRESSÃO que é constantemente AMORDAÇADA e SUFOCADA.
Onde estão os descendentes de: Rebouças, Patrocínio, Gama, Paula Brito e Montezuma?
Será que a dita elite intelectual de Brasileiros NEGROS poderiam nos informar para enriquecer mais e mais os companheiros do nosso HERÓI ZUMBI DOS PALMARES que deu a vida pela nossa ABOLIÇÃO… não concluída.

Zumbi dos Palmares
Assim a MAÇONARIA contribuiu e MUITO para a nossa ABOLIÇÃO / LIBERTAÇÃO, mas… como é costume / praxe deste Brasil / CORRUPTO, VIOLENTO, RACISTA e outros Substantivos, Adjetivos, Pronomes, Verbos, Advérbios, Preposições, Conjunções, Interjeições, etc., etc., etc., omitir as informações Históricas / Culturais de uma forma VERGONHOSA, dos que lutaram… “REALMENTE” contra a Escravidão no Brasil, focando somente e unicamente no nome do nosso HERÓI NEGRO ZUMBI DOS PALMARES.
Assim sendo a nossa VERDADEIRA HISTÓRIA vai sendo esquecida e interna para que as futuras gerações de Brasileiros NEGROS, desconheçam e saibam quem foram: REBOUÇAS, PATROCÍNIO, GAMA, PAULA BRITO e MONTEZUMA.
Quem sabe que, com estas informações Históricas / Culturais através da MAÇONARIA o Brasil seria menos… RACISTA INSTITUCIONAL e nós Brasileiros NEGROS seríamos mais… RESPEITADOS.
Graças a MAÇONARIA estou conhecendo estes GRANDES VULTOS NEGROS MAÇÔNICOS da nossa História do Brasil que é negada e escondia através dos currículos / oficiais / institucionais / escolares.
- Reis Dualibi
2011
Hamilton F Sampaio Junior
fonte Webber Varrasquim blog
And without five great black Masons of the nineteenth century – the struggle for black liberation would not be so striking and fundamental.
By Carlos Nobre
After the death on August 24, 1882, of the black lawyer Luiz Pinto da Gama, in São Paulo – whose burial was accompanied by about 3 thousand people in a city that at that time had 46 thousand inhabitants – the prosecutor and then judge Antonio Bento, graduated from the Faculty of Law of Largo de São Francisco in São Paulo, vowed before Gama’s tomb to continue his abolitionist work.
Brother Luiz Gonzaga Pinto da Gama
For this undertaking, he organized a secret society called “The Caiphas”, whose members were recruited in all social strata and in the three main Masonic lodges of Sao Paulo: “America”, “Piratininga” and “Friendship”.
This society took power from the São Paulo farms to the slaves and sent them to Quilombo de Jabaquara, in Santos, or to quilombos from Rio de Janeiro (Castellani: 1998).
The funeral of José do Patrocínio, a mulatto journalist, who died on January 30, 1905, had a script previously drawn by the abolitionist leaders, so that several speakers could take turns in praises of praise to the illustrious dead in certain places of the city – Praça Tiradentes, Campo de Santana, for example – until arriving at the Caju Cemetery in São Cristóvão, Rio de Janeiro (Junior: 1969).
Brother José do Patrocínio
Sponsorship, in the 1880s of the 19th century, had become the popular / militant face of the abolitionist movement, waging endless ideological struggles with representatives of the slave-owning elites. It was a mixture of Spartacus and Desmoulins (Nabuco: 1999).
His public figure also expressed the national / international articulation of the abolitionist movement, which since the 1920s had been gaining space / body in national public opinion (Albuquerque: 1970).
Although he synthesized the symbol of the structural thinker of the abolitionist movement, the mulatto engineer André Rebouças did not, however, have a grand burial like those of Gama and Patrocínio, for he died in exile in Funchal, Madeira, Portugal, in May 9, 1898, and his body arrived a few days later in Rio de Janeiro (Santos: 1985).
Brother André Rebouças
However, his friends and the direction of the then Polytechnic School, in Largo de São Francisco, in Rio de Janeiro, where he had been a student, professor and pioneer in introducing new chairs of civil engineering, paid him homage that extended to the century XX.
In fact, he was an icon for other abolitionists because, with his rare intelligence, he was a kind of civilizer of the nineteenth century, according to the historian José Murilo de Carvalho, in the ear of the work of Maria Alice Rezende Carvalho, where he studies the trajectory Of Rebouças (Carvalho: 1998).
Two other blacks also stood out in the social struggles of the early nineteenth century. The first of them is the physician and lawyer Francisco Barbosa Gê Acayaba Montezuma, who became the greatest Masonic authority of his time, since, outside, Sovereign Grand Commander of the 33rd Degree Supreme Council of the Ancient and Accepted Scottish Rite, organism that he brought Of Belgium and that disciplined the Brazilian freemasonry still ascending in Brazil.
Viscount of Jequitinhonha- Brother Montezuma
On May 17, 1865, Acayaba, the Viscount of Jequitinhonha, presented in the Senate several projects of gradual extinction of slavery. Among these are: after ten years thereafter, freedom would be granted to slaves over 15 years old and after 15 years freedom for the others, with the clause according to which the slaveholders would be indemnified for the purpose Of slave labor. It was a conciliatory proposal, quite peculiar to the liberals of the time, where they did not want to displease the slave masters or resemble the refined slaveholders.
Conservative and “caramuru” (supporter of Dom Pedro I in the regency period), Montezuma became a minister of state twice and founded the Brazilian Bar Association and Astronomical Historical Institute of Brazil (Aslan: 1973).
Montezuma was also the first member of the government of Dom Pedro I to stand against slavery in Brazil, according to the Baron of Rio Branco, also a Freemason, and author of the law of the free womb.
No less surprising trajectory belongs to another mulatto, the bookseller Francisco de Paula Brito, discoverer of the talent of Machado de Assis and editor of the first novel in Brazil, “The Son of the Fisherman” (1843), another mulatto, the writer Cabofriense Antônio Gonçalves Teixeira e Souza.
Brother Francisco de Paula Brito
Of humble origin, Paula Brito, who was born freed, was one of the first Brazilian typographers of the Court, whose market at the time was monopolized by the French, National, Ogier and Plancher types. (Lima, 2004).
Along with his typography, in Praça Tiradentes, in a club created and titled by him of “Petalogical Society”, the cream of the Brazilian literature of the time that had made the place the center of literary life of the Court met (Azevedo: 1998).
Paula Brito was one of the first Afro-descendants to participate in racial debates in the early nineteenth century by launching in 1833 the newspaper “The Man of Color” in a moment of nativist outbreak, where Brazilians sought to value their ethnic origins in relation to the settlers Portuguese
At the time, in Brazilian bookstores, bars, shops, streets and squares, the Brazilian racial identity was discussed against the color of Europe, and the press was a privileged field where this debate became visible.
There was a black media, so to speak, which had a repercussion for racial discussion through newspapers with very suggestive titles, such as “The Criollo”, “The Crioulo”, “The Brazilian Pardo” and others (Lima: 2004).
One trait marks the trajectory of all these five men of the nineteenth century: all were Freemasons in Carioca and Paulist Stores, and took the struggle against slavery into the Masonic order.
Also among them appeared the mulatto maestro Carlos Gomes, author of the opera “The slave”, also a mason, but without the militancy of the others.
Brother Carlos Gomes
Freemasonry incorporated the abolitionist proposals and the end of slave labor entered the order of the day of several stores, provoking contradictions and complicated discussions on the black and its perspective of freedom in Brazilian society.
In this sense, Gama, Patrocínio, Rebouças, Montezuma and Paula Brito were perhaps the most prominent Afro-descendants in a society antagonistic to them. At that time, they were men with complex soul personalities: although they were born free, they felt internal pains Deep in seeing the totality of blacks doing the heaviest and humiliating services of Brazilian society. For them, the freedom of the slave has entered the order of the day for their political actions.
While the other negroes were tied to chains, they, the black Masons, could have slaves and ascend in that society, for they were articulated with higher instances of power that gave them a certain ascent among the neglected without rights.
Even so, they grounded their lives in defense of slave liberty, for they knew that in that form of organization society was against the new tendencies of society – especially capitalism, which implied a new system, that is, the sale Of labor in the labor market.
In the face of these political-strategic presentations, we ask: how was it possible, in a slave society, Afro-descendants free from slavery, to enter secret societies and become fundamental militants of the abolitionist cause, stigmatizing radical critics even against the ideologies of the social strata? Favored their ascensions?
To what extent, is this social ascension part of a personal effort to “rise in life” rather than the favor, so common at the time? To what extent have their Masonic connections facilitated the propagation of abolitionist ideas? How could their voices and strange trajectories – for the other free mulattoes of slave society – not have a political-ideological limit, since they were, on the other hand, linked to urban elites? And, finally, what kind of political-strategic contribution is it possible to identify in these trajectories for future black actions in Brazil?
I find it very difficult to answer these questions because of the magnitude of the problems raised through them. In this sense, I find it more important to pursue some clues left by them and others to understand a key era of black liberation at the imperial court.
Tenório de Albuquerque, in Freemasonry and Minas Gerais, shows how Brazilian Freemasonry was directly influenced by the French, and that the revolutionary environment of that country impacted the Brazilian Freemasons, who saw in slavery a debris to be removed for the political modernization of the country . “Freemasonry fought for Freedom, Equality and Fraternity, fought the exploitation of Man by Man,” he writes.
French Revolution
Of course, it was a liberal explanation that met certain historical assumptions about black and freemasonry rise in the nineteenth century, one of two more politicized in Brazilian history, due to the constant attempts of changes brought about by popular movements.
So the French influence in Brazil gains a particular dimension, since the leading leaders of the French Revolution were Masons (Desmoulins, Marat, Mirabeau, Robespierre, Danton) along with the encyclopedists Didero
Cyro Flamarion Cardoso organized a variety of studies in the book Slavery and Abolition in Brazil, where he quotes authors who show that the abolitionist process was an urban social movement, supported by the masses excluded from the citizenship process, based on the middle class, without agrarian In the cities, mainly in Rio de Janeiro and São Paulo. This fact becomes very clear when we follow the path of Patrocínio in Raimundo Magalhães Jr.’s The Life of Jose do Patrocínio, where the journalist’s networks of relations were more deeply rooted in new urban elites, supported by positivism and republican ideas, which , From the mid-nineteenth century until 1889, walked together with the abolitionist process.
In this sense, as we approach, for example, the analysis of abolitionist newspapers (there have been several), it is also necessary to consult the slave-line newspapers, who also expressed the reactions of the agrarian elites expressed in the regime’s coup in the House and Senate, so that abolitionist laws Were not approved; Manipulation of legal processes; Co-opting abolitionist leaders; Patronage and application of immigration policies, among other reactions to the end of slavery in Brazil in the nineteenth century.
